segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Grande sertão: veredas








Para quem busca dicas de livros da nossa literatura, nada mal começar com a grande obra que Guimarães Rosa nos deixou: Grande sertão: veredas.


Guimarães Rosa, com seus gatos, uma de suas paixões, em 1944
Foto: autoria desconhecida - Google Images

Publicado em 1956 e escrito em primeira pessoa, o romance é a longa narrativa de Riobaldo, um vaqueiro que se torna jagunço. Falando com um interlocutor ausente - o próprio leitor? -, Riobaldo conta sua vida e sua paixão proibida por outro jagunço, Diadorim.


Tony Ramos e Bruna Lombardi - Ribaldo e Diadorim na tevê
Foto: Marcelo Prates - 1985

O autor se utiliza de palavras inventadas, expressões da linguagem popular e da erudita - uma recriação da língua portuguesa. A sugestão é que a obra seja lida em voz alta, assim o leitor tem a dimensão real do efeito dos diálogos e prosas dos personagens.

Vereda: buritis e um curso d'água, típicos do cerrado
Foto: autoria desconhecida - Google Images


Abaixo, alguns trechos curtos da obra:

"Viver é muito perigoso. Um sentir é o do sentente, mas outro é o do sentidor."


"Todo o caminho da gente é resvaloso. Mas, também, cair não prejudica demais."


"Sertão é o sozinho. Sertão: é dentro da gente."


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende."


E outros ainda:




"O sertão está em toda parte."

"Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo mundo... Eu quase nada não sei. Mas desconfio de muita coisa."

"Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias."

"Perto de muita água tudo é feliz."

"Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte que o poder do lugar."

"Eu me lembro das coisas antes delas acontecerem."


"O sertão é do tamanho do mundo."



Fonte:http://www.abccmm.org.br/jvmm/jv63/fotos/jv632.jpg


Para finalizar e inspirá-lo a ler, ou a não ler, diz-se que há dois tipos de leitor de Grande sertão: veredas: os que nunca leram e os que leem mais de uma vez.