quarta-feira, 17 de março de 2010

A missão de cada um


O que significa missão? De acordo com o dicionário Houaiss pode ser encargo, obrigação, dever, incumbência. De modo mais abrangente, pode ser também oportunidade, compromisso, responsabilidade, escolha, desafio. Seja como for, missão tem a ver com uma tarefa proposta para alguém ou por alguém a ser realizada num determinado período. No caso da missão de cada um, isso só a própria pessoa poderá saber qual é a sua tarefa principal na vida.

De acordo com alguns estudiosos espíritas, missão está relegada a seres de elevado progresso espiritual como os Chicos, Xavier e de Assis, Jesus Cristo, Gandhi, Buda, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Bezerra de Menezes. Porém, como o vocabulário terreno é ainda muito limitado, por conta mesmo das nossas infinitas dificuldades em vários aspectos, o uso da palavra missão, tarefa, dever, incumbência pouco importa. O que mais vale é como cada um irá lidar com os seus projetos planejados ainda na pátria espiritual. Sim, porque todos nós temos um propósito que escolhemos de acordo com o nosso merecimento e adiantamento moral. Se não escolhemos, se acaso esse dever foi determinado amorosamente pela espiritualidade superior, é porque ainda merecíamos, naquele momento, uma ajuda para definirmos melhor nossos planos e podermos, assim, seguir com mais facilidade a trajetória aqui estipulada.

Foto: autoria desconhecida (Windows Vista)
E então, qual a missão de cada um? Quantos sabem dizer qual é a principal tarefa de sua jornada aqui na Terra? Será que viemos para sermos políticos honestos, educadores amorosos e responsáveis, médicos e enfermeiros atenciosos com a dor alheia, vizinhos respeitadores dos limites do outro? Ou será que estamos aqui para realizar grandes obras e feitos como JK – Jucelino Kubitschek? Quiçá teremos vindo para sermos simplesmente bons irmãos, pais cientes de seu papel, mesmo num ambiente caótico? O que temos pensado sobre a seara que viemos cultivar? Como temos preparado o terreno? Há seduções que nos desviam do caminho reto?

Muita gente deixa para refletir sobre esses temas mais profundos quando a dor surge nas suas vidas. Não tem sido assim? Mas o importante mesmo é que um dia a gente pare um instante e se perceba no mundo: o que é que eu estou fazendo aqui? Como é que eu estou vivendo? Qual o meu diferencial nisso tudo? Será que estou fazendo a diferença no mundo ou sou apenas “mais um”?

Certa feita, um entrevistado de Leda Nagle do programa Sem Censura (TV Brasil), contou que um menino de 16 anos o procurou para ser auxiliado por ele, um consultor, e assim definir qual curso escolheria no vestibular. O sábio especialista disse ao jovem: eu posso te ajudar sim, mas só poderei fazê-lo quando você me disser qual é a missão da sua vida.

Ora, alguém poderá dizer: “Mas esse jovem é quase ainda um menino, não viveu bastante para saber qual é a sua principal tarefa”. Bem, pode não ter ainda bem definida essa missão, mas já reúne condições suficientes para saber que caminho gostaria de trilhar, quais aspectos do mundo que o incomodam, quais as dores que o afligem. Um mergulho fundo nas nossas angústias pode nos levar a descobertas impressionantes sobre o que pensamos ou desejamos para o nosso universo particular assim como para a vida alheia. Uma breve análise sobre as nossas ações, pensamentos e sentimentos, pode nos trazer as respostas mais difíceis das perguntas da alma. Se eu sinto e vivo o bem, é porque o quero em mim e no outro, ou seja, quero que o bem se engendre nos diversos ambientes e indivíduos do mundo; se, ao contrário, eu vivo em ressentimento e planejando vinganças e duelos com o outro, é porque o meu interior está inundado de mal.

Não importa que profissão escolhemos, se estamos desempregados, se frequentamos esse ou aquele templo, se nossa tarefa é criar os filhos, cuidar da casa, preparar o alimento da família. O que importa é como realizamos essas tarefas, das mais simples às mais complexas. Realizamos com amor ou com enfado? Com alegria em servir ou com o murmurar das reclamações constantes em nossos lábios?

Se o véu do esquecimento nos impede de saber se a nossa missão está de acordo com o planejado no mundo espiritual, não usemos isso como desculpa para ficarmos passeando por aí. Elevemos nossos pensamentos e observemos como temos nos comportado. Como têm sido nossas atitudes? Que diferencial deixaremos no mundo? Seremos lembrados como alguém amoroso, compreensivo e um ser sempre aberto ao aprendizado? Ou, por acharmos que já sabemos tudo, como aquela pessoa arrogante, raivosa, triste, amarga e solitária? 


A missão de cada um pode ser, a cada dia, redescoberta, melhorada, ampliada para que mais pessoas recebam os respingos de nossa ação no mundo... Consulte a consciência e a intenção que há em cada palavra, em cada sentimento, em cada pensamento seu. Aí está a resposta para as inquietantes dúvidas acerca dessa pergunta que não quer calar: o que é que eu estou fazendo aqui? (Adriane Lorenzon)

Fonte: http://downloads.open4group.com

sexta-feira, 5 de março de 2010

Flores como se fosse primavera


Há dias tenho me detido a olhar, de modo mais atento, as flores. Aliás, as roseiras se tornaram, não por acaso, minhas preferidas.

Coisa de dois anos atrás, tenho tido evidências de que as rosas esbanjam mesmo é uma beleza irretocável... não só pela imagem exuberante que emitem aos olhos do olhador, mas pelo tímido perfume disfarçado entre as pétalas. Outras mais atrevidas ou despachadas mandam pro ar um perfume de deusas oníricas.

Em janeiro de 2010 tive a oportunidade de ir ao Fórum Social Mundial realizado, em parte, em Sapiranga (RS). Que maravilha descobrir a Cidade das Rosas! Lá, até o canal de esgoto é decorado (e não achei adjetivo melhor para elogiar!) com a flor vaidosa de O pequeno príncipe – e, nas mais variadas cores.

Foto: Adriane Lorenzon

Você pedala na ciclovia ao lado, com uma sensação de que está no jardim de casa. Tudo bem que não senti nenhum cheiro vindo do riozinho de dejetos. Aliás, nem havia sólidos, era uma água limpa, quase limpa. Mas vá lá, que a paisagem e até o ânimo melhoram ao se deparar com um espetáculo simples criado, provavelmente, por algum secretário municipal, prefeito ou morador que um dia ousou sonhar com uma cidade iluminada por rosas.





Foto: Adriane Lorenzon

As flores fazem qualquer caminho parecer menos fatigante. Uma trilha colorida com uma paleta diversa beirando o arco-íris se destaca num dos lugares mais nobres do ser: o timo, que fica pertinho do coração. Mas isso é papo para outro post.

Foto: Adriane Lorenzon

terça-feira, 2 de março de 2010

E agora, José?

Um dos poemas mais importantes da safra mais "visceral", digamos assim, do mineiro Carlos Drummond de Andrade, recitado por ele mesmo. Montagem da Creative Pixels.