A excelência na tela "Quarto em Arlens", 1888 (Vicent van Gogh)
Aristóteles dizia: “Nós somos aquilo que fazemos
repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”. Ao ler
essa pílula de sabedoria, quase tive um troço, pois ao decodificá-la,
identifiquei, na hora, semelhança com o meu pensamento sobre o estar no mundo. E
sentir-se acompanhado nessas grandes coisas da vida, dá um calorzinho na alma,
principalmente quando tudo ao redor parece preferir a mediocridade...
Nesse sentido, buscar a excelência nos torna muito acima da
média, embora isso não seja o mais importante. Aliás, é o que menos importa, pois
não se trata de pequenas vaidades, apesar de ganharmos muito com isso. Quem sai
beneficiado automaticamente são os outros: clientes, amigos, colegas, parentes.
Saiba: tudo o que é repetido tem maior probabilidade de se perpetuar. Tudo o
que é adiado é adiado. Simples questão de escolha.
Uma consequência certa de primarmos pela excelência é: muita
gente preguiçosa e iludida vai torcer o nariz para você. Prepare-se para ouvir
cochichos quando você passa ou para ser malquisto por familiares e conhecidos
que juram que você está querendo aparecer. No entanto, os respingos desse
esforço pelo melhor tocarão os que estejam prontos para iniciar suas empreitadas
individuais rumo a um viver excelente.
Se o processo está produzindo efeitos? Observe as pessoas
com quem convive na intimidade. Aos poucos, e isso leva tempo, elas começarão a
mudar também. Atente-se. E além do mais, haverá uma fase em que você não saberá
dosar a medida dessa melhoria e o mundo ainda será atingido por um homem velho
sendo lapidado. Siga em frente. A autoanálise é parceira quando se decide ser
melhor como irmão, marido, esposa, colega, chefe, amigo, pai, mãe...
Quer um exemplo? Imagine o ambiente de uma loja que aplica excelência
no atendimento. Vai ter fila dobrando o quarteirão. Todo mundo vai querer
comprar lá – porque o consumidor compra o conceito, o que está por trás do
produto. Experimente no seu comércio. Em pouco tempo, o concorrente vai precisar mudar, vai querer saber por que
ninguém mais entrou em sua venda. E, assim, toda a cidade será inspirada pelos
bons ares da inovação.
Mas para isso é necessário... co-ra-gem. Ah, essa dona que
vive na tríplice fronteira do nosso querer, poder e fazer. Há uma frase que gosto muito de Walter
Kleinert: “Crianças têm medo da escuridão. Adultos têm medo da coragem”. Por
que a coragem assusta? Sempre a mesma resposta, pode investigar: porque a zona
de conforto é macia, segura, agradável, quentinha e, acima de tudo, exige pouco
ou nada de esforço para continuar nela.
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