(Arte: autoria desconhecida)
Antes, o que assustava intelectuais, alguns políticos e a
própria sociedade era a imagem de um analfabeto manchando a ponta dos dedos com
tinta para assinar um documento. Hoje, isso ainda surpreende, mas temos
evoluído e exigido um pouco mais de nós mesmos; agora, é de se apavorar também quando
encontramos um analfabeto funcional: indivíduo alfabetizado e que não consegue ligar
o texto às entrelinhas.
Em setembro, no dia 8, é comemorado o Dia Internacional da
Alfabetização, para lembrar o significado de aprender a ler e escrever. Como
salientei, não é só isso. Ao juntarmos as letras numa palavra, numa frase, num
texto, precisamos fazer as devidas conexões com a vida concreta. Senão,
corremos o risco de o mundo enfraquecer em seu intento pela paz, pelo
desenvolvimento, na compreensão e autonomia dos povos.
De
acordo com a Unesco, atualmente, 84% da população mundial pode ler e escrever,
diferente dos 76% de 1990. Dados de 2009 apontam que 793 milhões de adultos
carecem de alfabetização básica – na maioria mulheres. E mais: 67 milhões de
crianças em idade escolar e 72 milhões de adolescentes não estão matriculados. Entenda,
a alfabetização é um direito humano, idêntico à liberdade, ao respeito, à
segurança...
Nesse contexto, surpreendente mesmo é conhecer educadores
que se esmeram em uma prática educativa de alfabetização emocional. Não apenas
nos anos iniciais da educação básica, mas em toda sua vivência como professor e
ser humano que é. Tal projeto valoriza as emoções e os sentimentos do
indivíduo, isto é, suas subjetividades – complexas e distintas do pensamento exato
e compartimentado de até então.
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