sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dois de maio de 2011: uma reflexão

Para aonde caminhamos depois de 11 de setembro de 2001? Para a vingança, afirmaria George W. Bush ou qualquer republicano ou democrata estadunidense no poder daquele país. Mas não se diria assim, abertamente. O discurso receberia sofisticado retoque: “Para afastar o mal do mundo”. Este seria exterminado a qualquer custo e atendia pelo nome de Osama bin Laden. Estava declarada a guerra ao terror.

Eis que no início da madrugada de dois de maio de 2011, quase dez anos depois, o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, concluiria a missão: “O mundo está melhor e mais seguro”. Gerônimo-E, codinome de Bin Laden na tarefa empreendida com “sucesso”, morre na edificação rastreada pela “competente” Marinha. Para aonde marcharemos depois desse dia? Simpatizantes de Osama têm a resposta? Você sugere alguma alternativa?

Gritos de alívio, alegria, angústia, passeatas justificando a comemoração da morte de um homem. A festa dos parentes e amigos de vítimas do atentado terrorista de 11 de setembro foi uma espécie de purgação da dor represada. Aliás, tal sofrimento, desse jeito, não terá fim breve. Torna-se óbvio que ações de revide são pequenezas da alma humana e, em algum momento, teremos de perceber a necessidade de mudar o rumo da embarcação no grande oceano da vida.

Nos tempos de Moisés, por exemplo, a política do “olho por olho, dente por dente” era justificável pois o povo da época e sua imensa ignorância necessitava de expedientes desse porte para sobreviver ao caos provocado pelo limitado conhecimento. Mas hoje, século 21, com a humanidade tendo se aperfeiçoado tanto, o que se pode dizer? Ignorância... ainda? Já não era tempo dessa dona decrépita e fora de moda ter se mandado de fininho e deixado espaço para o discernimento?

Pois é, pois é. Pressupõe-se que depois de termos passado por longos períodos de obscurantismo como a Idade Média – denominada, não por acaso, “idade das trevas” – ou mesmo o seu oposto, a era das luzes – chamada, também não casualmente, “renascimento” – os habitantes da Terra dotados de intelecto teriam aprendido algumas lições essenciais para a construção da base de uma inadiável e indulgente revolução.

Claro, perdoar seria esperar demais dos personagens da história do início deste texto no momento atual de suas jornadas evolutivas. Nem vou me iludir. Mas acompanhe comigo o fio condutor de uma possibilidade. Se até hoje a humanidade optou pela vingança e deu no que deu, ou seja, continuidade das guerras, misérias, doenças, fome, ganância... por que não virarmos a mesa e tentarmos outra lógica? Tentar não custa! Bem, custa um pouco, mas o investimento é mais individual do que coletivo, e o ganho é estendido a todos.

Entretanto, para empreender tal façanha [de início, façanha, depois, simples hábito] é necessária a quebra do paradigma materialista. O mundo se acha abalado por uma ótica completamente cega que o leva para despenhadeiros e buracos sem fundo. Cegos orientando cegos. Míopes dirigindo analfabetos funcionais. Fique atento. Há uma estranha [para muitos ainda estranha!] vibração nos chamando à razão.

Por fim, resta dizer: outra revolução está em jogo, bem diferente dessa guerra ao terror. A tal inteligência de que somos dotados deve servir para alguma coisa. Certo? O futuro não é mais amanhã, já é hoje, pois colhemos da semeadura feita por nós mesmos. Aliás, eu não inventei isso. É o princípio da ação e reação de Newton, lembra? Causa e efeito... Essa revolução é muito mais moral do que material. Isso está claro, basta ter olhos de ver.

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