Símbolo da ecologia da mola Konstanttin (Foto: Stock)
Se formos ao dicionário, a primeira definição de ecologia está
associada ao campo biológico, à relação dos seres vivos com os demais e seu
meio. Mas, imediatamente depois, há uma derivação de significado, por
“analogia”, acrescentando: “Estudo das relações recíprocas entre homem e seu
meio moral, social, econômico”. Aí começamos a nos entender, Seu Houaiss! Não
sendo, porém, suficiente. Falar de ecologia hoje é falar da vida de modo plural
e uno.
Cinco de junho, além de ser o Dia Mundial do Meio Ambiente e
o Dia Nacional da Reciclagem, é o Dia da Ecologia. A data não se refere apenas ao
cuidado com as paisagens, o uso da água, o manejo do solo, o reflorestamento...
Agora, em pleno século XXI, essa luta não basta. É necessário tratar de outros
cuidados, indo além do ambiente natural. Qualquer ação tem de ser resultado de
uma mudança de pensamento: nossa mente deverá trocar seus referenciais.
Mas de qual ecologia essa mulher está falando, pergunta-se o
leitor. Inspirada no professor Leonardo Boff, respondo que precisamos cuidar
mais da nossa ecologia enquanto ser, sociedade, espécie constituinte do Planeta.
O mestre diz que o ser é planetário, cósmico. Não está dividido em partes, como
bem ou mal fez a modernidade. Ele aborda a ecologia ambiental também, mas nos
instiga quanto a áreas diversas: as ecologias social, mental e integral.
Sintonizado a esse entendimento, o francês Félix Guattari discorre
sobre três ecologias: meio ambiente, relações sociais e subjetividade humana. “É
exatamente na articulação: da subjetividade em estado nascente, do socius em
estado mutante, do meio ambiente no ponto em que pode ser reinventado, que
estará em jogo a saída das crises maiores de nossa época”, afirma. E conclui
para o nosso desespero ou salvação: “Corremos o risco de não haver mais
história humana se a humanidade não reassumir a si mesma radicalmente”.
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