Coleção Monteiro Lobato (foto: autoria desconhecida)
O primeiro livro que li foi a coleção inteira de Monteiro
Lobato. Contudo, as primeiras narrativas que tive acesso estavam nuns
disquinhos coloridos, em LP, como Os Três
Porquinhos, Cinderela, Branca de Neve. Eu apreciava muito
quando a professora Ione permitia que eu ficasse ouvindo esses contos em vez de
ir para casa mais cedo. Sozinha na escolha das histórias, eu me sentia o máximo
em comandar as pick ups.
Mais tarde, veio a coleção Cachorrinho Samba de Maria Jose
Dupré. Uma turma que se metia em trapalhadas, sempre acompanhada do cãozinho schnauzer.
Um passo à frente, era hora de ler A
Serra dos Dois Meninos de Aristides Fraga Lima. E, aos poucos, Érico
Veríssimo se impôs na vida estudantil. Ler Érico Veríssimo no Sul do país era
algo que facilitava a entender o contexto – a coxilha, o minuano, os
castelhanos...
Na adolescência, eu era rata da Biblioteca Pública Municipal
de Tenente Portela (RS). Aos 13, 14 anos, convivi com Niles, a bibliotecária. Pessoa
formidável que compartilhava comigo pílulas poéticas. Quando pensava em ir à
Biblioteca, já sabia que teríamos um momento só nosso, de pura emoção. Líamos
de tudo quanto é poeta – em voz alta. É desse tempo que conheci Luiz de
Miranda, Mario Quintana, Hilda Hilst.
Anos depois, atuando como entrevistadora, tive a
oportunidade de conversar sobre o primeiro livro da vida de diversos escritores
brasileiros. Entrevistei Moacyr Scliar, Mary Del Priore, Eva Furnari, Milton
Hatoum, Zuenir Ventura, Martha Medeiros... E todos tinham alguma peripécia para
contar de suas experiências com o livro na infância. Isso foi no programa
Quando Eu Era Criança da Rádio Câmara de Brasília. Valeu, Humberto!
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