sexta-feira, 1 de março de 2013

Delícias mineiras


Queijo e pamonha de Minas Gerais (Foto: autoria desconhecida)

Minas Gerais quase vira o quintal da minha casa pelas vezes que viajo ao estado das inúmeras montanhas e da melhor gastronomia do mundo. Bairrismos à parte, trata-se de um argumento que poucos ousam discordar. Ao chegar pela MG 424, do aeroporto de Confins rumo a Belo Horizonte, está lá uma placa gigante anunciando a comida local para ninguém duvidar.

Um dos pratos mais famosos, também preparado em Goiás e São Paulo, é o feijão-tropeiro. O nome é em homenagem aos homens que carregavam mulas e cavalos do Sul ao Sudeste do Brasil, já no período colonial. Nos acampamentos, comiam esse mexido de feijão marrom, linguiça, ovos, farinha de mandioca, torresmo, temperos e, claro, gotinhas de pimenta. Sempre que degusto um autêntico, é como se fosse pela primeira vez – uma descoberta e tanto!

Fazer pamonha dá trabalho; fácil é comer. Além de descascar várias espigas de milho, é preciso ralar, cozinhar, e a parte mais complexa: colocar a mistura nos pacotinhos feitos da palha. Aguinaldo das Pamonhas, em Patos de Minas, começou um negócio pequenininho e foi aumentando o espaço com um novo barracão para receber as centenas de frequentadores que comem suas pamonhas. Em Patos, degustei também a inédita torta de milho verde.

Numa estrada próxima de Belo Horizonte, vi um outdoor de uma lanchonete. A propaganda oferecia pastel de angu. Fiquei curiosa, mas ainda não provei. É a delícia que Itabirito se orgulha de preparar como ninguém. Deve ser ma-ra-vi-lho-so! Falando em milho, na BR 262, O Milhão serve um curau divino, conhecido por mingau de milho. E o sanduíche de pão de queijo gigante recheado com linguiça? A propósito, cuidado para não deslocar a mandíbula!

Minas tem até concurso para eleger o melhor doce de leite, além das iguarias como o queijo e a ambrosia. Compotas são um luxo, como as de figo, mamão verde e casca de laranja. Imagine os nutricionistas convencendo os mineiros sobre a importância da reeducação alimentar! Toda vez que vou a Minas, eu me delicio e volto sempre com um quilo a mais na cintura e, na bagagem, um potinho de doce. Oh, Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais! (Adriane Lorenzon)

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