sexta-feira, 26 de abril de 2013

O conto do provedor Terra


Publicidade alerta sobre golpe do provedor Terra (Arte: autoria desconhecida)

Depois de muito pensar, voltamos a usar Internet banda larga lá em casa. A compra ocorreu numa sexta-feira por volta de duas horas da tarde. A vendedora orientou-me que se alguém ligasse oferecendo provedor de acesso/serviço, bastava eu dizer que já o possuía. Ela devia saber da caçada que eu sofreria. Assim, dentro de sete dias teríamos instalação feita, o que realmente aconteceu na sexta-feira seguinte.

Mas nem tudo foi tão calmo... Ao dar o aceite, tornei-me alvo de empreendimentos predadores durante o resto do dia e no posterior. Ao desligar, o telefone tocou, e tocou, e não parou até às oito da noite. Provedores haviam descoberto – eles têm o direito de saber quem comprou um novo plano de Internet? – que eu era uma cliente em potencial. E começaram a me constranger e tentar me encurralar para adquiri-los.

Só o UOL ligou 12 vezes, mesmo depois de eu salientar que não estava interessada. Porém, ainda havia um traço de educação. Mas o Terra superou todos os limites. Do outro lado, Mariluce Siqueira, com sotaque mezzo gaúcho mezzo catarina, dizia que era da Tera Configurações. Logo associei o nome ao termo terabite. Crivou-me de perguntas dizendo que disso dependia o funcionamento da Internet recém-contratada.

Achei estranho e pedi que repetisse o nome da firma. Tera [não sei o que lá] Configurações. Mas você é do PROVEDOR Terra? Não explicou que não, mas soletrou que era da T-e-r-r-a [?] Configurações. Aí percebi que a moça usava um traço linguístico para me enganar. No Sul do país muitos não falam o dígrafo rr forte. De qual cidade você fala? Florianópolis. Então, desliguei. De manhã, mais um representante da organização Terra tentou me ludibriar com um papinho parecido e vergonhoso.

De modo geral, empresas de telemarketing consideram idiotas clientes em potencial. Percebeu? Parece-me óbvio que se sou idiota pressuponho que todos o sejam? Atendentes de telemarketing são obrigados – desde que aceitem trabalhar nessas empresas – a darem golpes nas pessoas? E o pior: tem gente que cai mesmo, às vezes porque precisa, porque é ingênuo ou por falta de experiência em contos do vigário. (Adriane Lorenzon) 

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