(Ilustração: autoria desconhecida)
Aventurar-se mundão afora é desastroso para o preconceito
reinante em mentes acostumadas a horizontes limitados, como os vistos a partir
das viseiras dos animais. Com base na milenar tese Sei que nada sei, é possível afirmar que todos, um dia, fomos
preconceituosos em alguma coisa. Ontem, eliminamos a ignorância sobre temas já
assimilados. Hoje, pode ser em outra área. E assim vamos caminhando...
Nesse sentido, é sempre saudável buscar novos lugares para pensar
a vida. Se viajamos, temos histórias para contar, de nós mesmos, do contato com
outras culturas... Se ficamos apenas na aldeia, nosso campo de visão se limita
e nos acostumamos a achar que tudo o que existe se concentra ali. Se viajamos, ilustramos
os causos que contamos com exemplos descobertos ou vividos por nós mesmos.
Quando cheguei a Brasília pela primeira vez, em 1995,
entendi que as avenidas largas da capital federal poderiam me levar para além
do plano piloto. No Planalto Central, conheci a região que é o centro geodésico
da América Latina, em Planaltina; a estrada do ciclo minerador do ouro dentro de
uma fazenda em Pirenópolis (GO); a Cidade de Goiás que me apresentou Cora
Coralina, a poeta que mais amei depois de Quintana...
Com diversas religiões, doutrinas, seitas e filosofias,
Brasília me ensinou, por exemplo, que no mundo não havia apenas católicos e
evangélicos. A capital brasileira reúne grande número de templos: teosófico,
espírita, budista, messiânico, israelita, Rosacruz, Vale do Amanhecer, Templo da
Boa Vontade... Uma pluralidade sem fim evidenciando que as verdades podem ser
múltiplas e que fanatismo é coisa muito, mas muito feia.
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