quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Eterna estudante



(Arte: autoria desconhecida)

Sempre amei estudar. Não sei qual estímulo recebi nem como isso se fez em mim. Provavelmente, essa história começou com uma provocação na infância e, depois, cresceu numa grande confluência de motivações. A propósito, muitos de meus professores não tinham habilidade para auxiliar nesse despertamento. Ademais, a ditadura militar, a sociedade machista e influências culturais estimulavam o contrário.



Claro, algum professor deve ter exercido papel fundamental para hoje eu ter um coração de estudante. Sou ávida por conhecer, descobrir, escarafunchar. Não me contento com pouco, quero sempre mais, saber algo que me complemente e me torne melhor – está na minha alma e na minha digital profissional. Como não saberei tudo, edifico-me eterna estudante. Impossível a completude? Bora recomeçar!



Nesse sentido, minha família e o clima lá de casa durante a meninice e adolescência contribuíram sobremaneira para esse meu gostar. Livros de Monteiro Lobato; gatos e cães nos ensinando sobre respeito e cuidado; sem tevê, jornais ou revistas infantis, muito menos canetinhas coloridas – só o velho rádio de pilha. O que mais havia não era material, mas o incentivo ao estudo, que nunca desistíssemos do aperfeiçoamento.



A mensagem ficou. É até óbvia, porém extremamente necessária ser ouvida diversas vezes quando criança. Ali, a gente vai gravando e selecionando o que será de suma importância nas decisões da vida, na escolha dos caminhos. Afinal, o que fica é o que reunimos em nós e distribuímos ao mundo. Ao morrer, não levamos nada – apenas os bem-fazeres e delicadezas que ofertamos e a ternura que nasce em nós...


Como diria Leonardo Boff, sou aprendiz e aprendente. Passo a vida buscando me graduar à altura de mestres inspiradores como Rubem Alves, Gandhi, Eduardo Galeano, Francisco de Assis... Não porque me reconheço no mesmo patamar deles. Contudo, é nesse apoio e suporte que encontro ressonância. Esses caras vão me ajudando e eu vou tentando nesse meio tempo dar a mão a quem por mim passar. (Adriane Lorenzon)

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