sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pequenos prazeres

(Arte: autoria desconhecida)

Pequeninos acontecimentos no dia a dia quando inseridos no grande contexto que é a vida, tornam-se coisas grandiosas. Já reparou? Isso vai do acordar ao adormecer novamente. São detalhes escondidos nas frestas da agenda enlouquecida da atualidade. Tenho curtido tais fenômenos como feliz espectadora e atriz. Afinal, no meu caso, a saúde é perfeita, a mente saudável, o espírito aprendiz. Só preciso conciliar tudo no cotidiano, diante dos enfrentamentos, obstáculos, desafios.


Cedinho quando levanto, adoro tomar água natural para despertar o intestino, dar uma mexidinha de leve no estômago, dizer olá para as células. Comecei a fazer isso há uns 15 anos e algo mudou em mim. Na mesma época, passei a comer mamão, cereais e iogurte natural como desjejum. Uma maravilha gerando outra maravilha. É que o intestino trabalha como um operário dedicado e pontual. E está comprovado: tomar água em jejum faz um bem danado, ajuda até a desintoxicar o corpo.

Diariamente, depois do líquido bendito, o intestino dá sinal de querer começar a atividade que lhe é peculiar. Sem desespero, ele não vai trabalhar fora de hora e evita-se o aperto de precisar, às pressas, de um vaso. Sim, porque em desordem, o bichinho acaba sendo autônomo e comparece quando quiser. Entretanto, é preciso disciplina e vontade – educar o paladar, achar o novo cardápio saboroso e conhecer os alimentos que se harmonizam com o organismo. Por exemplo, na primeira refeição do dia, você prefere frutas doces ou ácidas? Ainda não sabe? Nem come frutas?

Há minúcias que a gente não para para observar com atenção. Na hora da higiene bucal, aprecio molhar a escova para o creme deslizar facilmente pelos dentes. Se você coloca direto na boca a formação de espuma fica prejudicada, dando um desânimo na escovação – haja saliva para auxiliar no processo. Ah, e nas manhãs do inverno gaúcho, gosto de lavar o rosto com a água gelada da torneira. Parece loucura, mas experimente antes de criticar. A pele fica lisinha, lisinha. É uma sensação muito agradável.

Assim, o dia começa com novo esplendor e a promessa de que vai ser melhor ainda. Você vai ao trabalho e encontra o trânsito engarrafado. Antes de pensar em xingamentos, surge na fileira de carros ao lado um “deus grego” – está certo, se preferir, uma “deusa grega”. Imediatamente tudo fica iluminado. O sorriso vindo do outro carro serve de inspiração para o dia ser mais, mais. Que delícia é o trânsito – em outros momentos você teria querido explodir. Agora, só a eternidade interessa. Então, a fila anda, o sinal abre e você engata a primeira – é o jeito.

Ser ajudado pelos amigos é algo também sem preço estimado. Nunca vou me esquecer da sopa da Bete. Certa feita, comentei que estava gripada. Sensível a essas situações, Betinha foi logo se oferecendo para levar um caldinho quente para mim. Quando falei que não queria atrapalhar, ouvi: “Que é isso Drizinha, eu chego aí num instante, é só o tempo de os legumes cozinharem, pois o frango já está desfiado”. No dia seguinte, estava melhor. Caldo temperado com carinho cura rapidamente qualquer indisposição.

Falando em comida... E quando você é convidado para degustar uma iguaria que você adora e o anfitrião sabe realmente prepará-la? Afinal, você é especialista naqueles ingredientes e tem o paladar apurado... Ou quando você se permite provar um novo prato e descobre surpreso que ele é muito mais gostoso do que imaginou? É demais! Sensações indescritíveis que só aparecem na boca de quem ousa conhecer o desconhecido. Você é assim ou torce o nariz mesmo sem se dar ao luxo de desbravar sabores estrangeiros?

Inúmeros deleites poderiam ser reverenciados aqui. A oferta de empréstimo de um amigo na hora do aperto, alugar um imóvel direto com o proprietário e sem a burocracia constrangedora das imobiliárias, o frescor e o aroma na porta da loja de perfumes e colônias, o cheiro do amaciante nas roupas de cama recém-trocadas, o carinho do animalzinho de estimação quando chegamos do trabalho, o professor paciente que repete pela décima vez o conteúdo difícil, os pais que são o exemplo de amor... Nosso ânimo se alegra com minúsculas e poderosas manifestações de que a vida vale a pena. (Adriane Lorenzon)

2 comentários:

  1. Ô, Dri, que carinho o seu em lembrar dessas coisinhas que vamos fazendo por amor. E obrigada por sua contribuição. Vou adotar o esquema da água e do iogurte pela manhã, como dejejum.
    Beijos!!!
    Betinha

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  2. Betinha, obrigada sempre pelo carinho!
    Bjos
    Drizoldina

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